sábado, 5 de agosto de 2017

CONSELHOS BÍBLICOS PARA UMA VIDA CRISTÃ SAUDÁVEL

Texto: Gl 2. 20

Introdução: Se Cristo vive em mim, qual é então o estilo de vida que devo viver? Como deve ser a vida cristã individual e na coletividade?

1 – UMA VIDA DE ORAÇÃO.

1.1. Oração para ter uma vida mais próxima de Deus.
Salmos 69. 13, 18: (13) Eu, porém, faço a minha oração, a ti, Senhor, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação. (18) Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos.”

1.2. Oração por perdão de pecados.
Salmos 51. 9 -11: “Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. N ão me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo.”

Salmos 79.9: “Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome.”

1.3. “Orai uns pelos outros”.
Tiago 5. 16: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”

Quantas bençãos temos recebido como através da oração?

2 – PRIMAZIA PELA PALAVRA DE DEUS

2.1. A Palavra de Deus deve ser bem manejada.
2 Tm 2. 15: “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.

2.2. Ela é comparada a chuva, orvalho e “gotas de água”
Dt 32.2: “Goteje a minha doutrina como a chuva, destile o meu dito como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como gotas de água sobre a relva.”

2.3. A Palavra de Deus transmite vida.
Salmos 1. 1-3: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor,e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará.”

3 – NÃO SE ILUDA COM O PRAGMATISMO TEOLÓGICO.

Pragmatismo: corrente de ideias que prega que a validade de uma doutrina é determinada pelo seu bom êxito prático. Isso tem levado muitas igrejas a adaptarem a sua mensagem e sua liturgia de acordo com as demandas de seu público, ou seja, aos princípios da pós-modernidade.

Para o Pragmatismo, verdade é o que funciona, sem se preocupar com os princípios morais, éticos, etc.

No pragmatismo, a verdade é relativa, e isso só enfraquece a nossa fé e doutrina.

A Assembleia de Deus no Brasil é uma igreja histórica/clássica, e precisamos nos manter firmes, conservando nossa boa doutrina e bons costumes. Contextualizar com o nosso tempo não quer dizer mudar junto com o "tempo", mas conhecer o seu tempo, a sua geração e as necessidades dela e apresentar Cristo como a resposta de seus anseios.

Por isso, devemos nos atentar para alguns conselhos que a Palavra de Deus nos transmite:

3.1. Paulo temia que essas mudanças levariam a igreja a um “outro evangelho”.
Gl 1. 6, 7: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, (7) o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.”

O sucesso do falsificador de moedas depende de quão parecida a moeda falsa se torna com a genuína.” Assim Satanás tem introduzido “outro evangelho” em certas igrejas, onde o “joio se parece com o trigo”. É muito similar ao verdadeiro Evangelho. Seus líderes tem “aparência de piedade, mas negam a eficácia dela. Destes afastai-vos.” (2 Tm 3.5)

Veja algumas características deste “outro evangelho”:

3.2.1. Não confronta o pecado e o erro. Evangelho light.
3.2.2. Culto ao homem. Ele é o centro. Isso leva o homem a ignorar que é nascido em pecado e que necessita nascer de novo se quer ver o “Reino de Deus” (Jo 3)
3.2.3. Apresentar um mundo onde vale a pena viver, gozar de seus prazeres, e onde a falta de Cristo não é sentida e Deus não será necessário. Isso chama-se Teologia da Prosperidade.
3.2.4. A cultivação do velho homem é mais prática do que “nascer de novo”.
3.2.5. A Bíblia não está presente nos púlpitos, tampouco nos bancos.
3.2.6. Liturgia animadora: culto “stand up” e outros. Pregador não é comediante!
3.2.7. Igrejas shows, onde os púlpitos se transformaram em verdadeiros palcos. Em outras há lugar para a prática de artes maciais, ao invés da classe de discipulados.
3.2.8. Introdução de práticas que enchem as igrejas: Batalhas épicas (Davi e Golias); muralhas sendo derrubadas, água sendo transformada em vinho, etc.
3.2.9. “Os fins justificam os meios.”

3.2. É necessário conservar o “modelo das sãs palavras”.
2 Tm 1.13, 14: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.”

Quando Paulo fala sobre guardar as “sãs palavras” ele se referia as doutrinas bíblicas ensinadas por ele ao jovem Timóteo. Hoje, muitas igrejas estão ignorando esse conselho e enfatizando a experiência em detrimento do Ensino da Palavra, ou seja, primeiro vale as opiniões, movimentos, modismos, e depois procuram nas Escrituras alguma forma de justificar essas ações.

3.3. Paulo aconselha o pastor Tito de forma incisiva a “reter firma a fiel palavra”.
Tito 1. 9: “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes.”

Paulo exorta a Tito não só a “admoestar com a sã doutrina” (ensinar, tornar Cristo conhecido entre os fiéis), mas também a “convencer os contradizentes” (corrigir, defender a verdade).

4 – NÃO DESPREZE OS PRINCÍPIOS DE AUTORIDADE E LIDERANÇA

Se você observar os diversos seguimentos da sociedade observará que a “autoridade” está presente. A começar pela família (pai, mãe, filhos), passando pelas empresas (patrão, gerente, funcionários), etc.

Porém, quando o assunto é igreja existem sempre aqueles que não reconhecem as autoridades que Deus delegou sobre o seu rebanho.

Primeiro, responderemos o que significa a “autoridade” dentro dos parâmetros da Palavra de Deus e que devem ser observados na igreja. Veja:

Em Romanos 13.1, paulo descreve a autoridade com a palavra grega exousia, que significa direito irrestrito a liberdade de ação. Em português, autoridade vem do latim auctoritate, que deriva de auctor, promotor, patrocinador, ou seja aquele que promove a cooperação ou submissão do grupo em prol de um objetivo maior.
Toda e qualquer autoridade exercida por alguém em posição de liderança, é dada por Deus, que está sobre tudo e todos (Jó 34.13; At 01.07).
Quando Pilatos diz que tem poder para mandar prender ou soltar Jesus, Ele responde que: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada.” (Jo 19. 11)

Portanto, não existe autoridade que não seja delegada por Deus, cuja autoridade é absoluta sobre tudo e todos.

A Palavra de Deus nos orienta acerca dos líderes que estão sobre a igreja e a forma que esta deve comportar-se com relação a eles. Veja:

4.1. É o próprio Deus quem “coloca” o homem no ministério.
1 Tm 1. 12: “E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus, Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério.

É Deus quem separa, prepara e “coloca” no ministério e na liderança, seja em qual nível for. Portanto, quer seja o pastor ou qualquer tipo de autoridade ou liderança levantada por Deus na igreja deve ser respeitada, e qualquer líder que surja em rebeldia à autoridade instituída por Deus não é legítimo e não deve ser considerado como tal. Perceba que Paulo deixa claro que um dos motivos porquê Deus o “colocou” no ministério é porque o considerou “fiel”.

4.2. O propósito de Deus ao dar líderes para a igreja.
Ef 4. 11, 12: “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo.”

4.3. O papel do liderado com relação a autoridade do líder.
Hb 13. 17: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.”

Ex 24. 13: “E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor, e subiu Moisés o monte de Deus.”

Hb 13.7: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.” (o obreiro e a igreja devem observar o pastor e falar a sua língua, abraçando a sua visão).

1 Tm 5. 17: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.”

1 Ts 5. 12, 13: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; (13) e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós.”

Paulo fala aqui do líder como um modelo a ser imitado, honrado, apoiado e seguido. Essa regra é indispensável, principalmente para aqueles que militam ou tem aspiração para o ministério.

Desobediência é conduta. Rebeldia é princípio de Satanás. A rebeldia de Satanás foi expressa nessa competição com a autoridade. A insubmissão é o pecado que leva aos demais.” (Abílio Chagas)

Regra básica: Deus não quebra os princípios de autoridade!

5 – SEJA CONSTANTE NA VIDA ESPIRITUAL E NA OBRA DE DEUS

1 Co 15. 58: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”

Perceba que Paulo inicia o capítulo 15 de 1 Coríntios enfatizando a verdade da morte de Jesus pelos pecados do homem e ao decorrer do texto, o Apóstolo passa a discorrer acerca da ressurreição de Jesus e os seus resultados na vida do Cristão.
No fechamento do texto, Paulo faz uma exortação tríplice. Veja:

5.1. “...sede firmes...”
Firmes, fixados na fé do Evangelho que foi pregado e que ele receberam, a saber, “que Cristo morreu por nossos pecados e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (v. 3, 4).
Nossa fé nessa verdade não pode ser abalada, pois elas são muito certas e de maior importância. O crente em Cristo não pode perder de vista a verdade do perdão de seus pecados e garantia de vida eterna. Essa promessa está fundamentada nas palavras de Jesus e garantida pela sua ressurreição: “...porque eu vivo, e vós vivereis”. (Jo 14. 16).
A descrença em uma vida futura tem levado muitos a viverem de qualquer maneira, a seu bel prazer, como animais, que comem e bebem esperando morrer amanhã.

5.2. “...e constantes...” - inalteráveis
O crente deve ser inalterável em sua esperança de ressurreição e vida eterna. Paulo em Colossenses 1. 23 deixa claro que uma condição para que sejamos apresentados a Deus “santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.22) é a nossa constância na fé. Veja:

Cl 1. 24: “se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.”

Essas “esperanças” são o nosso consolo nos momentos mais adversos desta vida. Que nos fazem sair vitoriosos das mais terríveis pressões, e tribulações da vida. Essa “esperança” é o nosso antídotos mais eficazes contra o medo da morte, da tristeza e da depressão.
O escritor da carta aos Hebreus exorta a pormos no “nosso refúgio em reter a esperança proposta; a qual temos como âncora da alma segura e firme e que penetra até ao terceiro céu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Hb 6. 18, 19)

5.3. “...sempre abundantes na obra do Senhor...”
O crente deve prosseguir em santidade, obediência, zelosos e perseverantes, continuando em direção a perfeição, prontos e capacitados para toda boa obra. Nenhum cristão deve se privar, tendo essa esperança, de crescer a cada dia, na “graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”. Enquanto aguardamos essa viva esperança, cabe-nos desenvolver os nossos talentos em prol da obra de Cristo, ou seja, fazer a obra!

5.4. Recompensa: “...sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”
O crente deve ter a convicção que está edificando sobre o melhor chão do mundo, firme, inabalável. Sua constância terá uma recompensa, nesta vida e no porvir. Veja:

Hb 6. 10: “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis.”

Rm 8. 18: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.”

Conclusão: que nossa vida, testemunho, fé e labor na obra do Senhor sejam coroados de vitórias. Que tenhamos o testemunho dos que estão de dentro e dos que estão de fora, os quais temos o dever de ganhar para Cristo. Que militemos legitimamente, de acordo com os princípios da Palavra de Deus, procurando, assim como Paulo, “sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens” (Atos 24. 16)


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