Havia
um lugarejo a beira mar. Naquela região marítima os acidentes com
navios eram constantes, e os moradores daquele lugarejo, em ocasiões
de naufrágio entravam mar a dentro em barcos de madeira e traziam os
náufragos para a terra, acolhendo-os em suas choupanas. Esses
socorros aconteceram diversas vezes, e a medida que eram feitos o
número de pessoas aumentavam naquele lugarejo. Em um determinado dia
uma daquelas pessoas que havia sido socorrida deu a brilhante ideia
de comprar barcos a motor para auxiliar nos salvamentos. Um outro,
juntou vários outros moradores, todos vítimas de naufrágios, e
construíram uma grande casa, onde passou a funcionar uma estação
de salvação. Essa estação foi equipada com tudo o que se
precisava para dar suporte aos náufragos. Por diversas vezes aquela
estação foi usada para acolhimento dos acidentados. Mas como os
naufrágios não aconteciam todos os dias, no intervalo entre um e
outro, aquelas pessoas passaram a promover festas naquela estação
de salvação. Em uma destas festas, todos estavam reunidos em uma
noite de gala, bebendo, rindo e festejando. De repente, um naufrágio.
Os náufragos foram encaminhados para a estação de salvação e se
misturaram com os convidados daquela festa. De um lado pessoas
bem-vestidas, limpas, enquanto que de outro, pessoas molhadas, mal
cheirosas, cansadas e com frio. Aquela situação incomodou o dono da
festa, e algo precisava ser feito para que aquela cena não
acontecesse mais. No outro dia reuniu-se a diretoria daquela estação
de salvação para decisões importantes, e chegaram a uma conclusão:
a estação seria transformada em um clube, e os socorros das vítimas
voltariam a ser feitos nas choupanas. Em que tem se transformado
nossas igrejas? Em estação de salvação ou em clubes?
Em Cristo,
Samuel Eudóxio