LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 1º TRIMESTRE DE 2019
Obs: este
material traz informações adicionais ao comentário da revista,
segue a ordem de tópicos e os assuntos contidos em cada tópico tem
a ver com o referido tópico da lição de forma geral, e não aborda
os subtópicos separadamente.
Texto Áureo: Sl 103. 20
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 1. 26
- 35
Introdução:
Veremos na lição que os anjos são seres espirituais,
sobrenaturais, e não apenas mitos ou lendas. Eles são reais, estão
na Bíblia, e já apareceram às
diversas pessoas, tanto no
Antigo, quanto no Novo Testamento.
I
– OS ANJOS
Vejamos algumas informações
importantes sobre os
anjos:
A – Foram criados
“Existe uma única maneira de
demitologizar as fantasias populares a respeito dos anjos – voltar
a realidade bíblica.” (HORTON, p. 195)
O cristão não pode enxergar os
anjos como os demais os vêm, de acordo com a mitologia e as muitas
fantasias que se constroem em torno do assunto. O propósito da lição
é justamente orientar o cristão acerca da realidade dos anjos e
ensiná-los o seu verdadeiro papel.
Primeiramente, eles são criaturas de
Deus, ou seja, foram criados, e não têm autoexistência. Presumir
quando foram criados e outra tarefa desnecessária, visto que nunca
conseguiremos chegar a uma conclusão, porém podemos inferir que
foram criados em uma só ocasião. “Foram formados por Cristo e
para Ele quando ‘mandou e logo foram criados’ (Sl 148. 5; Cl 1.
16, 17; 1 Pe 3. 22)”. (HORTON, p. 196).
Se foram criados, logo não são
eternos, mas perpétuos. Eles tiveram um começo, mas não terão
fim, pois estarão presentes nos tempos eternos e na Nova Jerusalém
(Hb 12. 22; Ap 21. 9, 12). Lembre-se: somente Deus tem a imortalidade
(1 Tm 6. 16).
B – São seres espirituais.
A Bíblia os descrevem como
“espíritos ministradores” (Hb 1. 13, 14; Sl 104. 4). No entanto,
a Bíblia mostra-os materializando-se e apresentando-se aos homens
(Gn 18. 1, 2; 32. 24-30; Dn 8. 15, 16; 1 Rs 19. 5-7; Lc 1. 26-38; Lc
1.11; Lc 2. 8,9. Como seres espirituais é importante salientar que
eles não se casam (Mt 22. 30), e são assexuados, certamente, o que
descarta a possibilidade deles terem contato sexual com as muheres de
Gn 6, conforme alguns ensinam.
C – São inteligentes e
poderosos.
Pelo que deles se registra na Bíblia,
os anjos em tudo excedem o homem em conhecimento e sabedoria. A
Bíblia os apresenta mais sábios que Davi (2 Sm 14. 17, 20) e que
Daniel (Ez 28. 1-5).
Sem dúvida são “maiores que os
homens em força e poder” (2 Pe 2. 11), porém o seu conhecimento
tem limites, e não são oniscientes (Mt 24. 36).
Quanto ao seu poder, eles assombram
os que os contemplam (Mt 28. 4). A pedra removida pesava em torno de
4 toneladas. Tinha que ser forte, ser sobre humano. Lembremo-nos do
feito em que apenas um anjo foi o suficiente para matar 185 mil
assírios (2 Rs 19. 35).
D – São seres gloriosos.
Há diversos textos que associam a
manifestação da glória dos anjos à glória do próprio Deus, e
entre elas podemos citar:
Chamado de Isaías. (Is 6. 1-40
Na visão de Ezequiel. Ez 1
Na visão de João no Apocalipse. Ap
5. 11, 12
E – Termos para anjos na Bíblia.
“O termo ‘anjo’ na Bíblia pode
ser tradução de malakh, do hebraico, ou de angelos,
do grego. O significado é mensageiro.” (ESEQUIAS, p. 38). Esses
termos podem ser atribuídos tanto a homens como a espíritos, e
assim sendo somente pelo contexto é que podemos afirmar se o
mensageiro é um ser angelical ou um ser humano.
II – OS SERES CELESTIAIS PARA
SERVIR
Quanto a natureza dos anjos já
abordamos um pouco no tópico anterior. Portanto nesse tópico vamos
nos ater nas funções dos anjos em servir a Deus e a igreja, bem
como o papel que cumpriram na história bíblica. Vejamos:
-
Estão na presença de Deus e o adoram. Sl 29. 1,2; 89. 7; Mt 18. 10
-
Regozijam-se nas obras de Deus. Jó 38.7; Lc 15.10
-
Executam a vontade de Deus. Sl 103.20; 104.4
-
Assiste o crente individualmente. 1 Rs 19.5; Sl 91. 12, 13; Dn 6.22; Mt 4.11; Lc 16.22; Hb 1. 14
-
Puni os inimigos de Deus. 2 Rs 19. 35
-
Profetizaram e anunciaram o nascimento de Jesus. Mt. 1. 20-24; Lc 1. 26-28
-
Protegeram Jesus na infância. Mt 2. 13-23
-
Acompanharão Jesus em sua segunda vinda visível. Mt 24. 31; 25.31; Mc 8.38; 13.27; Lc 9.26; 2 Ts 1.7
-
Serviu Jesus após a tentação no deserto (Mt 4.11), e durante a Sua luta no Getsêmane (Lc 22.43)
-
A ressurreição e ascensão de Jesus foram acompanhados por serem angelicais. Mt 28. 2,5; Lc 24.23; Jo 20.12
-
Apesar das ajudas mencionadas, Jesus negou o auxílio de anjos, como durante a tentação, que não fez uso indevido do poder dos anjos (Mt 4.6), e na sua paixão e morte (Mt 26.53)
-
Auxiliou os crentes pós ascensão de Jesus, principalmente quando o assunto era a proclamação do Evangelho. At 5. 19,20; 12. 7-17; 27. 23,24;
-
Alegram-se com a conversão do ímpio. Lc 15.10
-
Mediarão o juízo de Deus contra os ímpios que rejeitarem a Cristo. Mt 13. 39-43; Ap 8. 6-13
III
– AS HOSTES ANGELICAIS
Nesse
tópico veremos de
forma resumida as
categorias de anjos, como se segue:
A
- “Principados e potestades” (Cl 1.16).
A
palavra “principado”
vem
do termo grego arché, que significa “primeiro”, tendo o sentido
de “governo, magistratura”. O Apóstolo Paulo empregou a palavra
para indicar elevados poderes demoníacos (Rm 8.38; 1 Co 15.24; Ef
1.21; 3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.10,15; Tt 3.1. Quando usada, esta
palavra parece indicar uma elevada ordem de seres angelicais, sejam
maus ou bons, mas não há qualquer certeza quanto a isso.
Já
a palavra potestade, de acordo com nossos dicionários da língua
portuguesa, é “aquele que exerce autoridade; qualidade de que
manda; de quem exerce domínio sobre algo”.
B
– Querubim.
Do
hebraico qeruvim,
que significa bendizer, louvar, adorar. “Eles
estão sempre associados com a santidade de Deus e a adoração que a
sua presença imediata inspira. (Ex 25.20,22; 26.31; Nm 7.89; 2 Rs
19.15; Ez 1. 5-26; 9.3; 10.1-22).
“ (HORTON, p. 199)
A
proteçãoda santidade de Deus é uma das funções deles. Foram eles
que impediram de Adão e Eva reentrarem no Jardim (Gn 3.24).
Representações de querubins estavam na tampa (propiciatório) da
Arca da Aliança.
C
– Serafins.
Do
hebraico saraph,
que significa arder. Estão na visão de Isaías 6. 1-3, irradiando a
glória e a pureza de Deus. Nesta visão do profeta eles declaram
incansavelmente a glória de Deus e a Sua santidade. Os serafins
guardam o trono de Deus (Is 6. 6,7). Assim como os querubins, os
serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração a Deus.
D
– Arcanjos.
“Os
arcanjos são os maiorais dos anjos, como o prefixo “arc”
sugere.” (CPAD, p. 88).
O
termo sugere alguém que exerce o papel de “maioral, de governo, de
príncipe, de primeiro ministro” em governos terremos. Miguel é
apontado como um deles (Dn 10.13). O
nome Miguel aparece cinco vezes na Bíblia, como “príncipes” (Dn
10.13,21; 12.1), como arcanjo (Jd 9) e como combatente contra Satanás
e seus anjos (Ap 12.7). Ele
é mencionado como aquele que se levanta, provavelmente em defesa do
povo de Israel. Há alguns escritos apócrifos e pseudoepígrafos que
citam Gabriel como outro arcanjo.
IV
– JESUS E O ARCANJO MIGUEL
A
afirmação de que Miguel é o próprio Jesus Cristo vem de dois
grupos de religiosos: Adventistas do Sétimo Dia e Testemunhas de
Jeová.
Eles
sustentam essa afirmação, ou tentam sustentar, no seguinte
versículo: “Porque
o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo
e ressoada a trombeta de Deus”
(1 Ts 4.16). Pois bem, as TJ argumentam que “caso a designação
‘arcanjo’ se aplicasse não a Jesus Cristo, mas a outros anjos,
então a referência à voz de arcanjo não seria apropriada. Nesse
caso estaria descrevendo uma voz de menor autoridade do que a do
Filho de Deus.” Não há como sustentar essa afirmação, visto que
“palavra de ordem” e “voz de arcanjo” são coisas distintas,
pois a “palavra de ordem” vem de Cristo, como um brado de guerra.
A presença do arcanjo representa os exércitos celestiais.
Já
os Adventistas argumentam que “a voz do arcanjo está associada à
ressurreição dos santos, na segunda vinda de Jesus.” Cristo
declarou que os mortos se levantarão de seus túmulos quando ouvirem
a voz do Filho do Homem (Jo 5.28).
Podemos
citar outras questões como: Jesus é criador; Miguel é criatura.
Jesus é adorado; Miguel não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10;
22.8,9). Jesus é Senhor dos Senhores; Miguel é príncipe (Ap 17.14;
Dn 10.13,21).
Conclusão:
anjos são seres espirituais criados; não podem ser adorados; estão
a serviço de Deus, da igreja, e dos servos de Deus. Não podem ser
invocados; não recebem ordem dos homens, mas de Deus.
Boa aula!
Pr. Samuel Eudóxio
(32)98801-1324
BIBLIOGRAFIA
1 – Lições Bíblicas CPAD; 1º
Trimestre de 2019
2 – SOARES, Esequias. BATALHA
ESPIRITUAL. 1ª edição. RJ. CPAD. 2018.
3 – CHAMPLIN, R. N. ENCICLOPÉDIA DE
BÍBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA. 13ª edição. SP. Hagnos. 2015
4 – Elementos da Teologia Bíblica.
Básico de Teologia da EETAD; 2018
5 – Declaração de Fé das
Assembleias de Deus. CPAD, 2017
6 – HORTON, S.M. TEOLOGIA
SISTEMÁTICA: UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL. 15ª Impressão. RJ. CPAD.
2013
7 – STRONG, A.H. TEOLOGIA
SISTEMÁTICA. 3ª edição. SP. Hagnos. 2008
8 – TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Curitiba.
InterSaberes. 2014
9 – Bíblia King James
10 – Bíblia de Estudo Pentecostal