sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

CUIDADO COM A VOZ DO CORAÇÃO

1 Rs 12. 26

Todo homem deve conhecer o seu próprio coração. Mas isso não é tão fácil. A Palavra de Deus nos diz que "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17. 9). Fica claro que nem mesmo homem conhece o próprio coração, e é por isso que vive tomando decisões precipitadas, frustando-se e sendo traído pelos próprios pensamentos e intenções de seu coração.
Ao olharmos a história de Jeroboão ele é um exemplo de alguém que ouviu a voz de seu coração e esqueceu-se da voz de Deus. Há um perigo muito grande quando a voz de nosso coração torna-se o nosso guia, e passamos a fazer as coisas como bem nos convém. O perigo maior é quando o homem está instável, não sente firmeza nos próprios passos, quando a instabilidade problemas do momento fazem com que as promessas de Deus sejam esquecidas, ou que a nossa fé seja diminuída.
Jeroboão recebera uma promessa de Deus que governaria sobre Israel. Salomão já havia cometido o erro de familiarizar-se com mulheres de nações e povos idólatras, para as quais construiu altares e ele mesmo sacrificou aos deuses pagãos nesses altares (1 Rs 11. 1 - 13). Por causa da desobediência de Salomão, Deus repartiu o seu reino. O profeta Aías pegou nas vestes de Jeroboão e a rasgou em doze partes, entregando dez partes a Jeroboão, que simbolizam as dez tribos sobre as quais ele reinaria. Quando Jeroboão recebeu essa profecia, ela veio acrescentada de uma promessa: "reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma e serás rei sobre Israel. E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mando, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel." (1 Rs 11. 37, 38). Que promessa maravilhosa, para alguém que está prestes a sair do anonimato e reinar sobre o povo de Deus.
Tempo depois, após a morte de Salomão, o jovem Roboão passa a reinar sobre Israel e termina por não dar ouvidos aos conselhos dos anciãos, mas sim dos jovens que crescerão com ele, e aumenta o jugo, os impostos do povo. A revolta estava feita. O reino estava dividido. Como Deus havia adiantado a Jeroboão ele passou a reinar sobre dez tribos, enquanto Roboão reinaria sobre Judá e Benjamim. Estava desenhada a nova geografia de Israel: Reino do Norte e Reino do Sul. Israel e Judá. Profecia cumprida, geografia mudada, e mais mudanças estavam por vir, mas não da parte de Deus. Aconteceria uma adaptação na forma de adorar.
O Reino do Sul, agora chamado de Judá, tem em seu território o local de adoração: Jerusalém e o Templo. Eis o problema que passaria a afligir o coração de Jeroboão: "Se este povo subir para fazer sacrifício na Casa do Senhor, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá, e me matarão e tornarão a Roboão, rei de Judá." (1 Rs 12. 27). Diante disso, Jeroboão "tomou conselho" e construiu dois bezerros de ouro, e orientou ao povo que não precisariam mais subir a Jerusalém para adorar, mas que poderiam adorar aos bezerros, que os "fizeram subir da terra do Egito." (1 Rs 12. 28). Ao que parece, o novo rei procurava comprar e corromper o coração de Israel como aconteceu aos pés do Sinal, na ocasião em que Moisés demorava-se para descer do monte com os mandamentos, e Arão lhes constrói um bezerro de ouro. É impressionante o que pode acontecer quando um líder fecha os ouvidos para a voz de Deus e suas promessas. É igualmente impressionante como o coração do povo se dobra facilmente aos bezerros de ouro.
Jeroboão esquecera-se completamente das promessas de Deus, passa a ouvir o seu próprio coração, e por medo, levou o povo à idolatria. Além dos bezerros ele fez "sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de levi" (1 Rs 12. 31). Este "feito se tornou em pecado" (1 Rs 12. 30). Jeroboão fez uma cópia da verdadeira adoração, e acaba sendo reprovado por Deus, que levanta um profeta para profetizar contra o altar de Betel e Jeroboão (1 Rs 13 e 14). Ouviu de Deus o seu veredito: "não fostes como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos". (1 Rs 14. 8). Ele estava reprovado, e o reino seria tirado de suas mãos porque desobedeceu ao Senhor e ouviu o que dissera seu coração (1 Rs 12. 26).
Isso ensina-nos a não confiar no que diz o nosso coração, mas colocá-lo inteiramente na presença de Deus, confiar Nele, e não nos apoiarmos no nosso próprio entendimento. (Pv 3. 5). Nossa vida é repleta de dúvidas, inseguranças, medos, mas quando nosso coração está firme em Deus e em suas promessas nada pode nos tirar a certeza de viver a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. São as promessas de Deus que nos garantem a vitória. É a Palavra que Ele disse a nosso respeito que nos manterá vivendo a promessa. É sobre a Sua Palavra que nos manteremos firmes, constantes, e não na instabilidade de nosso próprio coração. 
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida." (Pv 4. 23)

Deus abençoe a sua vida e o seu coração. 

Em Cristo,

Pr. Samuel Eudóxio

O QUE TENS FEITO COM AS SEMENTES QUE DEUS COLOCOU NAS SUAS MÃOS?

Parafraseando o Clayton Queiroz:
Quem come as sementes junto com os frutos nunca experimentará abundância, ou a verdadeira prosperidade. Quem planta sementes está sempre colhendo, "pouco" ou muito, mas está sempre colhendo, de acordo com o que plantou. Tenho recebido de Deus muitos frutos de sementes plantadas. É um princípio que poucos entendem, infelizmente. Portanto, não retenha a semente, e Deus fará com que "multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça". (2 Co 9. 10)

Plante, e prepare-se para a colheita.

Em Cristo,

Pr. Samuel Eudóxio

O que te falta?

Um grande desafio é achar o equilíbrio, o ponto certo entre o que você planeja, sonha, e o que realmente acontecerá, em outras palavras, o que Deus tem para você. O contrário disso é correr atrás do vento, é frustrar-se pelo inexistente, é imaginar o nada, é utopia.
Esse equilíbrio, essa serenidade, ou paz interior, como queira chamar, só se encontra na presença de Cristo, que tendo tudo abriu mão pela cruz, que sendo Deus, se fez homem, que despiu-se de Sua própria glória para salvar a humanidade. Quanto a nós, não tendo glória, ou honra, ou riqueza, sendo como nada queremos tudo, estamos presos em nossas mentes que só pensam no sucesso, na busca incansável pelo poder e status, na subida interminável em busca dos próprios interesses.
Talvez, se realmente não aprendermos com Cristo, o que nos restará serão apenas as frustrações, sim, as frustrações e os sentimentos de fracasso para nunca nos esquecermos do quanto somos miseráveis, de quem realmente somos, e o quanto somos dependentes de Deus. Talvez, o que nos falta é dizer como João: "Que Ele cresça, e eu diminua." Talvez, é conscientizarmos que não precisamos de tudo que sonhamos ou almejamos. Talvez, ainda me falta entender que já tenho a riqueza maior.
Que venham dias mais leves, que venham dias de paz, sim, paz na alma, paz com o próximo, paz em Deus.

Em Cristo,

Pr. Samuel Eudóxio