sábado, 30 de outubro de 2021

A Cruz

 A morte por crucificação era a forma mais cruel de execução utilizada pelos romanos nos tempos de Jesus. Era o tipo de morte que expressava vergonha e desonra, aplicada aos mais vis criminosos da época.

Jesus, o Filho de Deus, foi condenado a morte de Cruz. 

O processo de crucificação, em si, demonstra o mais vil estado de pecado da humanidade, capaz de submeter o ser humano aos mais vis castigos e sofrimentos. 

A alma humana, presa a todos os tipos de pecados, torna-se inimiga de Deus, separada da comunhão com o seu Criador.

A Cruz foi a forma de reconciliação. Jesus morreu nela pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação.

Ele transformou o sinônimo de fracasso e derrota em vitória, pois nela Jesus Cristo garantiu a nossa vida eterna e esperança de estarmos para sempre com o Senhor.

Ao homem comum, pecador, despercebido, sábios desse mundo, isso parece loucura. Pareceu também para os homens daquela época. É mais fácil crer em algo mais plausível, moderno, recheado por uma bela filosofia, do que crer no simples e poderosos poder do Evangelho da Cruz.

Não tem complexidade na mensagem do Evangelho. Ela é simples: "pregamos a Cristo crucificado" (1 Co 1.23).

A nossa sabedoria humana se perde na simplicidade e suficiência do plano da Salvação em Cristo Jesus. Paulo diz sobre isso que "a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens". ( 1 Co 1. 25).

Enquanto os homens preferem ficar presos em sua soberba e orgulho, na busca infinita de solução para os mais profundos problemas da alma, a palavra da Cruz continua fazendo para milhares de pessoas que a aceitam aquilo que nada no mundo pode fazer. Como escreveu o Pr Elienai Cabral, ela "preenche as necessidades da alma humana [...] é o poder de Deus para salvar o ser humano". 

Nesse tempo de desespero e aflições que vivemos, é à sombra da Cruz que devemos tomar o nosso lugar. Ali encontramos descanso e alívio para a nossa alma, e dali foi derramado o sangue que dá vida, e vida para sempre. 

Em Cristo,

Pr Samuel Eudóxio

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Secularização do sagrado e relativismo: Assembléia que não é assembleia.

A reação de muitos líderes com a secularização do sagrado e o relativismo que invadem as igrejas está sendo a "espiritualização do secular" e uma adequação dos cultos ao gosto do homem moderno. O resultado é uma religião longe de Deus e perto do mundo. 

Aqueles que falam na prática da oração, leitura da Bíblia, vida de devoção, santidade, entre outros princípios que norteiam o verdadeiro cristianismo, são chamados de retrógrados, tradicionais, e até de sem visão. 

Nesse contexto, preciso advertir aos nobres amigos da denominação na qual nasci, cresci e hoje atuo como Pastor Auxiliar, a Assembleia de Deus. 

No passado, não muito distante, exportavamos obreiros, ensino, doutrina (no significado da palavra, não apenas costume), liturgia, etc. Hoje, importamos. Vejo, com tristeza, muitas "Assembleias" neopentecostalizadas, distribuindo amoleto, derramando óleo na cabeça de obreiros e fiéis, trocando a adoração pelo entretenimento e os homens de Deus por "meninos". Ambientes tomados por doutrinas estranhas, liberalidade, sincretismo religioso, pragmatismo, e tantos outros "ismos" distantes da Palavra. Ambientes que pecado não é pecado, afinal "o conceito de pecado é relativo", dizem eles. 

Interessante observar que essas práticas "neopentecostais" estão em grande parte nas Assembleias das pequenas cidades, bairros, "assembleias que não são assembleias", ligadas às nossas convenções por um processo à distância, sem que haja a mínima investigação da origem dessas igrejas e de seus fundadores. Diga-se de passagem, os líderes das Assembleias presentes nesses locais há décadas sequer são consultados sobre quem é o novo interessado em ser um "convencional assembleiano".  

Nas grandes catedrais o processo de secularização se dá por outro meio, pela introdução da filosofia, sociologia, e da teologia regada pelo progressismo acadêmico, que sugere, por exemplo, o ecumenismo como a solução para a implantação da tão sonhada paz mundial, e a necessidade de uma leitura e interpretação contextualizada da Bíblia, sugerindo que ela seja ultrapassada e relativizando suas verdades absolutas.

Que Deus tenha misericórdia da igreja e levante um remanescente fiel nesse tempo de crise em que estamos atravessando. 

Em Cristo,

Pr Samuel Eudóxio

Pastor Auxiliar na Assembleia de Deus Ministério de São João del-Rei, MG