Texto:
Gálatas 5. 16 – 26
Introdução:
Quando falamos sobre estar dominado pelo Espírito Santo é
importante que você saiba que não queremos falar de certos
“movimentos” que estamos vivenciando em nossos dias. Em nome do
Espírito Santo e de um pseudo avivamento muitos crentes estão
envolvidos nas mais bizarras manifestações, como “cair no
Espírito”, “unção do riso”, “unção do leão”, etc. Na
verdade o espírito Santo está muito longe disso, e se entristece ao
ver o caminho que certas igrejas estão seguindo com relação aos
“dons espirituais” (1 Co 12). Nosso objetivo neste estudo não
será abordar o tema das “manifestações, movimentos ou pseudo
avivamentos”, mas falar especificamente do que é uma vida dominada
pelo Espírito Santo de Deus. Que ele nos ajude, revelando-nos a sua
vontade para conosco!
1
– Antes de tudo, quem é o Espírito Santo?
Cometemos
um sério engano quando tentamos compreender o agir do Espírito, sem
antes conhecer quem Ele é, como Pessoa. Cada crente precisa entender
que o Espírito Santo é uma pessoa Divina, infinitamente santa,
puro, sábio, poderoso, mas também carinhoso, sensível, amoroso e
compassivo. Você crê, realmente, que Ele é digno de receber o seu
amor, reverência, fé, adoração e rendição? Ou você crê que
Ele é simplesmente uma “força”
ou “influência
poderosa”, um
poder místico que vem de Deus. A forma como vemos o Espírito Santo
dirá a maneira como me relaciono com Ele.
Se
alguém o vê apenas como uma “força ou influência” irá
constantemente dizer: “Eu
quero mais do Espírito.”
Ao contrário, alguém que O vê como Pessoa irá dizer: “Como
eu posso dar mais de mim a Ele?”
Ao
reconhecermos o Espírito Santo como Pessoa não estamos
humanizando-O. O que estamos dizendo é que Ele possui atributos do
que nós consideraríamos ser personalidade.
Vamos
ver agora alguns versículos que irão ilustrar perfeitamente a
personalidade do Espírito Santo:
-
Ele possui uma mente. Rm 8.27
-
Ele possui uma vontade. 1 Co 12. 11
-
Ele possui emoções, como amor e alegria. Rm 15. 30; Gl 5. 22
-
Ele consola. At. 9.31
-
Ele fala, claramente. Hb 3.7; 1 Tm 4.1; At 13. 2
-
Ele ensina. 1 Co 2.13
-
Ele pode ser entristecido. Ef. 4.30
-
Ele pode ser insultado. Hb 10. 29
-
Ele pode ser resistido. At. 7. 51
-
Ele pode ouvir mentiras. At 5. 1 -11
Você
viu que o Espírito Santo é uma Pessoa? Há dúvidas com relação a
isso? Não. O Espírito Santo é uma Pessoa, e a conhecemos como a
Terceira Pessoa da Trindade. Não que numa escala de 1 a 3, Ele seja
o terceiro em importância. Na verdade os três, Pai, Filho e
Espírito Santo são Um só Deus. Deuteronômio 6.4diz: “Ouça ó
Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Deus.” Romanos 3. 30
diz: “Existe um só Deus, que pela fé justificará”. Tiago 2. 19
diz: “Você crê que existe um só Deus? Muito bem!”. O que
precisamos entender é que existem três Pessoas distintas, mas
somente um só Deus.
Sendo
evidente para você que o Espírito Santo é Deus, deixe-me citar,
para enriquecimento de seus estudos, alguns dos diferentes nomes
utilizados para Ele na Bíblia;
-
Espírito Santo (96 vezes)
-
Espírito do Senhor (28 vezes)
-
Espírito de Deus (26 vezes)
-
Espírito Eterno (Hb 9.14)
-
Ajudador
-
Consolador
-
O Santo (Sl 78.41)
-
O Senhor (2 Co 3. 17)
-
Espírito da Verdade
-
Espírito de Cristo (Rm 8. 9; 1 Pe 1.11)
-
Espírito de Jesus Cristo (Fp 1.19)
-
Espírito de conselho (Is 11.2)
-
Espírito de conhecimento (Is 11. 2)
-
Espírito de fortaleza (Is 11. 2)
-
Espírito de entendimento (Is 11.2)
-
Espírito de sabedoria (Is 11. 2)
-
Espírito de temor do Senhor (Is 11.2)
-
Espírito do Pai – “de vosso Pai” (Mt 10. 20
-
Espírito da glória (1 Pe 4.14)
-
Espírito da graça (Zc 12. 10; Hb 10. 29)
-
Espírito de julgamento (Is 4. 4)
-
Espírito de fogo (Is 4. 4)
-
Espírito de vida (Rm 8. 2)
-
Espírito de amor (2 Tm 1. 7)
-
Espírito de poder (2 Tm 1. 7)
-
Espírito de equilíbrio (2 Tm 1.7)
-
Espírito de profecia (Ap 19. 10)
-
Espírito de revelação (Ef 1.17)
-
Espírito de santidade (Rm 1.4)
-
Espírito Santo divino
Antes
de passarmos para o próximo tópico permita-me fazer algumas
observações:
-
Primeiro, não existe vida Cristã sem o Espírito Santo
-
Sem o Espírito Santo, o Cristianismo é seco, monótomo e mundano
-
Sem o Espírito Santo, nosso trabalho é esgotador e cansativo
-
Sem o Espírito Santo, não existe comunhão com Deus
- Segundo, remova o Espírito Santo de uma igreja e uma dessas coisas irá acontecer:
-
Ela se transformará num clube social
-
Ela se tornará uma instituição religiosa
-
Terceiro, a verdade é que:
-
Não há revelação sem o espírito Santo. Na verdade, sem o Espírito Santo, a Escritura se torna letal; pois nos foi dito: “a letra mata, mas o Espírito vivifica”. (2 Co 3.6)
-
Não há visão sem o Espírito Santo
-
Não há alegria sem Ele
-
Não há paz
-
Não há liberdade sem o Espírito Santo (2 Co 3.17)
2
– As obras da carne contrariam os frutos do Espírito. Gl 5. 16 -18
A
vida Cristã é um campo de batalha. Dentro de nós é travada uma
luta sem trégua entre a carne e o Espírito. Eles têm desejos
diferentes, e por isso gera o conflito. E então, de que lado nós
estamos?
Destaco 3 pontos importantes aqui:
2.1.
Como vencer a batalha interior.
“Digo,
porém: Andai no Espírito e não satisfareis os desejos da carne.”
Gl 5.16
A
carne representa o que somos por nascimento natural, e o Espírito, o
que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. Os
desejos da carne nos arrastam para longe de Deus e de seus
propósitos, pois eles são “inimizades contra Deus”. Somente
triunfa sobre a carne aquele que “andar no Espírito”. Se você
alimentar a carne, fará provisão para ela, e fracassará
irremediavelmente. Porém, se andarmos no Espírito seremos
vitoriosos!
Andar
no Espírito trata-se muito mais do que um movimento de
“esquerda-direita”. Você precisa saber “de onde” e “para
onde”. O andar constitui um movimento com sentido, direção e, por
conseguinte, qualidade.
A
carne desvia-se para tudo aquilo que é sujo. (2 Pe 2. 19 -22).
O
corvo não volta para arca, ele quer o imundícia do mundo perdido.
(Gn 8. 6, 7).
A
pomba conhece o mundo podre e volta par arca. (Gn 8. 8 – 12). Um
dia, Noé soltou a pomba e ela não voltou porque encontrara um lugar
limpo e alimentação saudável. Assim nós, os crentes, só sairemos
da “arca” para irmos às mansões celestiais.
2.2.
Entendendo a natureza desta batalha interior.
“Porque
a carne milita contra o Espírito, e o espírito contra a carne,
porque são opostos entre si; para que não façais o que,
porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17).
Devemos
ter em mente que fomos salvos da condenação e do poder do pecado,
mas não da presença do pecado. Nos deparamos com ele todos os dias,
e ele luta contra o Espírito Santo que habita em nós. Eles são
opostos entre si. Alimentar, portanto, a carne é ultrajar,
entristecer e apagar o Espírito Santo de nossas vidas. O comando de
nossas vidas deve estar no Espírito Santo.
Esta
batalha encontra três tipos diferentes de pessoas:
-
O libertino não tem esse conflito porque segue suas inclinações naturais;
-
O legalista, que confia em si mesmo, e não tem vitória no conflito;
-
O crente que experimenta um conflito agonizante, mas alcança a vitória, pois o Espírito Santo que nele habita o capacita a triunfar.
2.3.
Como viver livre da condenação do preceito exterior.
“Mas
se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.” (Gl 5.18)
Estar
sob a lei significa derrota, escravidão, maldição e impotência
espiritual, porque o homem não conseguiu cumpri-la (Gl 3.11
-13,21-23, 25; Gl 4.3, 24, 25; Gl 5.1). É o Espírito que nos põe
em liberdade (Gl 4.29; 5.1, 5). A lei exige de nós perfeição, e
nos condena, pois não somos perfeitos. Estar sob a lei é estar sob
maldição, pois “maldito é aquele que não persevera em toda a
obra da lei para cumpri-la”. Porém, quando somos guiados pelo
Espírito, já não estamos debaixo da tutela da lei, e por isso,
somos livres.
3
– Compreendendo as obras da carne. Gl 5. 19 – 21
Após
falar da luta interior do homem, entre a carne e o Espírito, Paulo
passa a falar sobre as obras d carne na vida daqueles que não
herdarão o Reino de Deus. A lista apresentada por Paulo neste texto
não esgota as obras da carne, uma vez que ele diz “e coisas
semelhantes a estas” (5. 21). Para o nosso estudo, estas obras
serão divididas em cinco grupos.
3.1.
Pecados sexuais.
“ora,
as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza,
lascívia.” (5. 19)
A
nossa velha natureza é secreta e invisível, porém as suas obras,
as palavras e atos pelos quais ela se manifesta são públicos e
evidentes. A palavra grega fâneros, traduzida por “conhecidas”,
significa claro e manifesto. As três palavras apresentadas para os
pecados sexuais são suficientes para mostrar que todas as ofensas
sexuais, sejam elas públicas ou particulares, “naturais”, ou
“anormais”, entre pessoas casadas ou solteiras, devem ser
classificadas como obras da carne.
3.1.1.
Prostituição.
A palavra grega porneia,
traduzida por “prostituição” refere-se a toda sorte de pecado
sexual, seja adultério, fornicação, masturbação, incesto ou
homossexualismo. Trata-se de um termo amplo que descreve toda sorte
de relacionamentos sexuais ilícitos e imorais.Segundo Barclay,
porneia
é
a prostituição, e porne
é um prostituta. Háprobabilidade de que todas essas palavras tenham
ligação com o verbo pernumi
,
que significa vender. Essencialmente, porneia
é o amor que é comprado ou vendido - o que não é amor de modo
algum. Na Grécia o relacionamento antes e fora do casamento era
praticado sem nenhuma vergonha. Os gregos tinham amantes para o
prazer, concubinas para as necessidades diárias do corpo e esposas
para gerar filhos.
3.1.2.
Impureza.
A palavra grega akatharsia,
traduzida
por “impureza” é um termo mais geral, o qual, embora às vezes
possa denotar impureza ritual, refere-se aqui à impureza moral. Essa
impureza inclui impureza dos atos, palavras, pensamentos e intenções
do coração. É o pus de uma ferida não desinfetada.
3.1.3.
Lascívia.
A palavra grega aselgeia,
traduzida por “lascívia”,
significa literalmente a libertinagem de modo geral, mas aqui é
usada referindo-se às relações sexuais. Aselgeia
refere-se a devassidão, um apetite libertino e desavergonhado.
Trata-se daqueles atos indecentes que chocam o público. Um homem
entregue a lascívia
não conhece freio algum, só pensa no seu prazer e já não se
importa com o que pensam as pessoas.
3.2.
Pecados religiosos.
“...
idolatria, feitiçaria...” (5.20)
Esses
pecados falam de ofensa a Deus , pois são uma perversão do culta a
Deus.
3.2.1.
Idolatria.
Grego eidolatria,
refere-se
à adoração de deuses feitos pela mão do homem. É o pecado no
qual as coisas materiais chegam a ocupar o lugar de Deus. È colocar
qualquer coisa antes de Deus e das pessoas. Devemos adorar a Deus,
amar as pessoas e usar as coisas. Isso não aceita inversões.
3.2.2.
Feitiçarias. Grego
pharmakeia,
significa
uso de remédios ou drogas. O termo significa também o uso de drogas
com propósitos mágicos. A linha divisória entre medicina e a magia
não era muito nítida naqueles dias, como continua ocorrendo em
muitas culturas tribais hoje em dia, e até mesmo nos grandes
centros. Há médicos que uma vez que não resolvem o problema do
paciente, estão encaminhando-os a consultas espirituais e
feitiçarias.
3.3.
Pecados sociais.
“...
inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, invejas...” (5. 20b, 21a)
3.3.1.
Inimizades.
Grega exthrai,
significa
hostilidade, animosidade. Trata-se daquele sentimento hostil nutrido
por longo tempo, que enraíza no coração. É o oposto do amor.
3.3.2.
Porfias.
Grega eris,
significa lutas, discórdias, contendas, querelas. Traz a idéia de
alguém que luta contra a pessoa com a finalidade de conseguir alguma
coisa, como posição, promoção, bens, honra e reconhecimento. É a
rivalidade por recompensa.
3.3.3.
Ciúmes.
Grega zelos,
significa querer e desejar aquilo que o outro tem. Podem ser tanto
coisas materiais, como posição, reconhecimento ou honra. É o
sentimento de tristeza não porque não se tem algo, mas porque o
outro tem.
3.3.4.
Iras.
Grego thumoi,
significa arder em ira ou ter indignação. Temperamento violento e
explosivo presentes em pessoas que estouram por qualquer motivo e
manifestam destempero emocional.
3.3.5.
Discórdias.
Grega eritheiai,
significa conflitos, lutas, contendas. Trata-se de um espírito
partidário e tendencioso. Descreve a pessoa que busca um cargo ou
posição não para servir ao próximo, mas para auferir proveito
próprio.
3.3.6.
Dissensões.
Grega dichostasiai,
significa sedição, rebelião, e também posicionar-se uns contra os
outros. Só pensa no que é seu, e não também no que é dos outros.
3.3.7.
Facções.
Grega aireseis,
significa heresias, a rejeição das crenças fundamentais em Deus,
Cristo, as Escrituras e a igreja. Envolve abraçar crenças sem o
respaldo da verdade. Provavelmente Paulo usou par grupos divisores da
igreja que desembocaram em seitas ou grupos. Tais grupos fragmentam a
igreja, se sentindo acima de toda verdade.
3.3.8.
Invejas.
Grega fihonoi. Vai além dos ciúmes. É o espírito que deseja não
somente as coisas que pertencem aos outros, mas se entristece pelo
fato de outras pessoas possuírem essas coisas. Eles não somente
desejam o que do outro, mas também que o outro sofra pela perda do
que tem. É mais do que desejar o bem do outro. É desejar que o
outro perca o que tem. “É a maior enfermidade entre os homens.”
3.4.
Pecados pessoais.
“...
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas...”5.21b)
Falta
de domínio próprio na comida e na bebida.
3.4.1.
Bebedices.
Grega methai,
refere-se à pessoa que se embriaga na busca de sensualidade ou
prazer. no mundo antigo tratava-se de um vício comum. Os gregos
bebiam mais vinho do que leite. Até as crianças bebiam vinho. A
embriaguez transforma homens em feras.
3.4.2.
Glutonrias.
Grega komoi,
é a busca desenfreada por prazer, seja na comida ou em qualquer
outro meio. A palavra pode ser traduzida também por orgias. È
diversão que se degenera em licenciosidade.
3.5.
Julgamentos para os vivem na carne.
“...
a respeito dos quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni,
que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.”
(5. 21c)
Paulo
não está falando de um ato pecaminoso, mas do hábito de pecar.
Aqueles que praticam o pecado não herdarão o Reino de Deus. Aqueles
que vivem na prática do pecado e não se deleitam na santidade nem
mesmo encontrariam ambiente no céu.
4.
Compreendendo o fruto do Espírito.
Paulo
faz um contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. As
obras falam de esforço, o fruto é natural. As obras Ca carne são
resultado do nosso labor, e o fruto do Espírito é realização do
Espírito em nós. O fruto do Espírito tem origem sobrenatural,
crescimento natural e maturidade gradual.
O
apostolo fala de nove virtudes morais que são produzidas pelo
próprio Espírito. Esse fruto precisa ser cultivado de forma
espontânea para que se torne proveitoso e saboroso.
Vamos
observar quatro verdades aqui:
4.1.
O Espírito Santo produz em nós o seu próprio fruto.
“...
o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Contra essas coisas não há lei.” (5. 22, 23)
Esses
frutos não podem ser simulados. Ninguém frutificará alheio à
operação do Espírito Santo. É bom lembrar que Paulo fala de
“fruto” e não “frutos”. É um fruto com nove gomos,
portanto, não tem como produzir um e outro não. As nove virtudes
produzidas em nó pelo Espírito Santo podem ser classificadas em
três áreas: (1) a atitude do cristão para como Deus;(2) a atitude
do cristão pra com outras pessoas; (3) a atitude do cristão para
com ele mesmo.
4.1.1.
Virtudes ligadas ao nosso relacionamento com Deus.
“Mas
o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz ...” (5. 22 a)
A
- Amor. Grega
ágape.
Inclui
tanto amor a Deus como amor ao próximo. No grego há quatro termos
para amor: (1) Eros, o amor de um homem por uma mulher; imbuído de
paixão; (2) Filia, ou filos, é o amor caloroso para os nossos
achegados e familiares; amor fraternal; (3) Storge, o amor dos pais
pelos filhos; (4) Agape, é o termo cristão, que significa
benevolência invensível.
B
– Alegria. Grega chara.
Alegria
fundamentada num relacionamento consistente com Deus. Não é a
alegria que provém das coisas terrenas ou triunfos passageiros, nem
mesmo é a alegria de triunfar sobre um rival; antes, é o gozo que
tem Deus como seu fundamento. A Bíblia fala do óleo de alegria, com
o qual Jesus foi ungido. (Hb 1. 9)
C
– Paz. Grega eirene.
Refere-se a paz com Deus. Usada para descrever a serenidade e a
tranqüilidade que goza um país sob um governo justo. Significa não
apenas ausência de problemas, mas, sobretudo, a consciência de que
nossa vida está nas mãos de Deus. (2 Co 4. 7 – 10)
4.1.2.
Virtudes ligadas ao nosso relacionamento com o próximo.
“...
longanimidade, benignidade, bondade...” (5. 22 b)
A
- Longanimidade.
Grega makrothumia.
Significa ânimo espichado ao máximo. É a pessoa tardia em irar-se.
Trat-se de paciência par suportar injúrias deoutras pessoas.
Descreve o homem que, tendo condições de vingar-se, nõ o faz.
B
– Benignidade.
Grega crestotes.
Significa gentileza. Disposição gentil e bondosa para co o outro. O
jugo de Cristo é crestos (Mt 11.28). trata-sede uma amável bondade.
C
– Bondade.
Grega agathosyne.
Bondade ativa, como um principio energizante. A bondade pode
reprovar, corrigir e disciplinar. Diz os estudiosos que Jesus mostrou
essa “bondade” quando purificou o templo e expulsou os que o
transformaram em um mercado.
4.1.3.
Virtudes ligadas ao nosso relacionamento com nós mesmos.
“...
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há
lei.” (5.22 c, 23)
A
– Fidelidade. Grega pistis.
Significa fé, lealdade. Descreve a pessoa que é digna de confiança.
B
– Mansidão. Grega prautes.
Significa dócil submissão. É poder sob controle. A palavra usada
para um animal que foi domesticado e criado sob controle.
C
– Domínio próprio. Grega egkrateia.
Significa autocontrole, domínio dos próprios desejos e apetites.
Aplicava-se à disciplina que os atletas exerciam sobre o próprio
corpo (1 Co 9.25) e o domínio cristão do sexo (1 Co 7.9).
4.2.
Os salvos crucificam a carne.
“E
os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões
e concupiscências” (5.24).
O
verbo grego estaurosan,
“crucificados”, indica uma ação completa no passado,
referindo-se a conversão. Estamos ligados a Cristo na sua
crucificação, morte, sepultamente, ressurreição e ascensão.
Estamos assentados com Cristo nas regiões celestiais, acima de todo
principado e potestade (Ef 2.6). Devemos assumir essa posição (Gl
2.20; 5.24; Rm 6.6).
Aqui,
o velho homem deve lembrar-se todos os dias qual é a sua posição:
crucificado com Cristo. Ele deve tomar a sua cruz e seguir Jesus (Mc
8. 34). Essa rejeição que o cristão faz de sua velha natureza tem
de ser impiedosa, dolorosa e decisiva. A crucificação éum tipo de
morte que ninguém pode aplicar em si mesmo, por isso Paulo diz que a
carne já foi crucificada com Cristo. Cabe ao crente crer nisso e
viver e agir de acordo.
4.3.
Os salvos vivem de forma coerente em relação a Deus.
“Se
vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (5.25)
Se
o espírito Santo habita em nós e produz o seu fruto devemos também
andar no espírito. Não pode existir inconsistência em nossa vida.
O verbo grego stoichomen,
“andemos”, significa ficar numa fila, caminhar em linha reta,
comportar-se adequadamente. A palavra era usada para o movimento numa
linha definida, como numa formação militar. O tempo presente aponta
para uma ação habitual contínua.
Paulo
fala de duas situações distintas: “... andar no Espírito” (5.
16, 25), e “...ser guiado pelo Espírito” (5.18). A primeira
expressão está na voz passiva, e a segunda, na ativa. É o Espírito
quem guia, mas quem anda somos nós.
4.4.
Os salvos vivem de forma coerente com relação aos irmãos.
“Não
nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo
inveja uns dos outros” (5.26).
O
orgulho e a inveja são obras da carne e não fruto do Espírito. São
pecados, e incompatíveis com a vida do salvo.
A
ambição é a mãe de muitos males de nossa sociedade, e também na
igreja. Paulo exorta a nos precavermos desse erro, pois a kenodaxia,
“vanglória”, nada mais é do que a ambição ou o anelo por
honras, por meio dos quais cada pessoa deseja exceder as demais. A
palavra diz respeito a uma pessoa que sabe como receber um respeito
ao qual não faz jus, e demonstra, por suas ações, conversa fiada,
vanglória e ambição. Entre os crentes, aquele que deseja glória
humana se aparta da verdadeira glória.
Conclusão: Que o Espírito Santo nos auxilie para que o Fruto do Espírito possa ser uma realidade na vida de cada crente e que o nível espiritual da igreja brasileira seja medida pelo fruto produzido, e não pelos "movimentos" sem fruto algum que estamos vendo em nossos dias.
Em Cristo, e para a edificação da igreja,
Pr. Samuel Eudóxio
BIBLIOGRAFIA
1
– Bíblia Thompson; Editora Vida; 2ª edição; 3ª reimpressão;
2013
2
– Bíblia de Estudo Dake; Editota Atos e CPAD; 2009
3
– O Espírito Santo; John Bevere; Lan Editora; 3ª impressão; 2014
4
– Gálatas, a carta da liberdade cristã; Hernandes Dias Lopes;
Hagnus; 1ª edição; 2011
5
– Porção dobrada; José Gonçalves; CPAD; 1ª edição; 2012
6
– Rastros de fogo; José Gonçalves; CPAD; 1ª edição; 2012
7
– Revitalizando a igreja; Hernandes Dias Lopes; Voxliteris Hagnos;
1ª edição; 2012
8
– O verdadeiro avivamento; John Armstrong; Vida; 2001